19.Out.2009 | Benê Cantelli*
Quem poderia imaginar as FMs de nossa cidade e outras pelo Brasil afora, tocando músicas gospel? Depois da era Pe. Marcelo Rossi veio o Pe. Fabio de Melo. Outros intérpretes conhecidos no meio evangélico, também. Aliás, cantores cristãos já alcançaram o prêmio Grammy Latino como vencedores. Podemos destacar Regis Danese com a música "Compromisso", com mais de 1 milhão de cópias vendidas, além da que está evidência em todas emissoras de rádio, "Faz um milagre em mim", e Marina de Oliveira com "Eu não vou parar". Consagrados no Grammy Latino de músicas cristãs estão, ainda, Aline Barros com os sucessos alcançados com "Recomeçar", "Sonda-me", que se junta a Marcos Witt com "Danzare, cantare" e "Gracias".
Não são poucas as vezes que essas músicas ficam no topo do Hit parade nacional.
Às vezes, somos chamados a pensar que devemos ceder ao pensamento de que a multiplicidade de igrejas que vêm brotando em todos os quadrantes da cidade, uma em frente à outra, sem contar as que se colocam no mesmo quarteirão, podem estar colaborando, mesmo que de forma não tão adequada e ética, ao movimento que inspira o pais inteiro a querer ver ou tentar enxergar a necessidade da presença de Deus em nossas vidas.
Feliz ou infelizmente, a necessidade de sentir a Deus e sua força tomam o individuo quando sua auto-suficiência está abalada. Quando a fragilidade do homem se agiganta. Quando sua esperança ronda o precipício. Enfim, quando a grandeza do homem está asfixiada diante dos embates da vida, Deus aparece como necessária existência e imperiosa forma de socorro.
Não cabe a mim discernir se esta é a melhor forma de se chegar a Deus. O que sei é que de uma forma ou outra é indispensável chegar-se a Ele. Dizem que há dois caminhos: Um pelo amor, outro pela dor. Há alguma diferença, se o objetivo final foi, realmente, alcançado? Claro que se imagina que seria melhor se o caminho fosse o do amor. Menos trágico. Menos avassalador, mas, igualmente, caminho.
Aliás, com tanta música sem letra e de melodias com qualidade desprezível, vê-se que estas músicas versando sobre Deus e suas promessas, encantam nossos ouvidos e mexem com nossa alma. Além de parabenizar os responsáveis pela relação e sequência musical das mais diversas emissoras, por incluir este tipo de música, não se deve esquecer que estão faturando com elas, também.
Da forma como anda a humanidade. Do jeito que as pessoas se comportam diante dos problemas alheios, creio que o "não tenho tempo" de todos, está fazendo os que sofrem procurar Aquele que em meio ao redemoinho e turbulência de nossos problemas, aparece dizendo: "Vinde a mim, todos os que estais cansados, sobrecarregados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Contudo, é mais do que salutar, lembrar sempre que: "Deus não atende as nossas vontades e sim as nossas necessidades".
Há músicas que a gente ouve para deter-se na letra. É impossível ouvir um Tião Carreiro e Pardinho sem fixar-nos na letra de seus pagodes. Estórias do sertão. Estórias que o povo conta e que eles relatam com inusitada maestria. Maravilhosamente. Assim ocorre com as músicas cristãs. Relatam passagens e acontecimentos do dia a dia do cristão que encontra, principalmente, na Bíblia, palavras de consolo e refrigério.
Tomara que estas se multipliquem cada vez mais. Tomara que a maioria dos Djs se encante com a idéia e elimine as "Eguinhas pocotós" da vida, os "Creu-Creu" e as "Atoladinhas". Além de não dizer nada, estimulam a breguice e o enxovalhamento de nossos ouvidos tirando o lugar sagrado de músicas que nos levam a contemplar a natureza e os arredios amores perdidos ou flechados pelo imortal cupido.
Cantem nossa natureza. Cantem o amor seja como for: perdido, dividido ou compromissado. Cantem o que nossa alma anela. Cantem o sol e a madrugada. Cantem o sertão e a cidade. Cantem e cantem, de preferência, aquilo que possa glorificar cada vez mais ao Rei e Senhor de tudo: nosso Deus.
Não me envergonho ao dizer que este tipo de música ocupa lugar de destaque no "magazine" do som de nosso carro há muito tempo. Mais feliz estou ao perceber que no hit parade de meus filhos, são estas as músicas que estão emoldurando, também, o som de nossa casa.
Além de servir como instrumento de louvor ao Senhor e lenitivo para nosso espírito, servem, também, para limpar nossos ouvidos das intempéries a que somos submetidos pelos terríveis decibéis de sons extravagantes que invadem nosso espaço.
Bom dia. Melhor semana, com boa música.
*Professor. e-mail: cantelli@terra.com.br
Fonte: Jornal O Progresso
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'Pe Fábio: Jesus na minha vida!'
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