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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Corações embalados pela fé em Nossa Senhora

“Ver o povo em procissão tomando as ruas, anunciando que é Círio outra vez, que a rainha da Amazônia vem chegando, vem navegando pelas ruas de Belém...”.

A canção do padre Fábio de Melo ecoava na rua e era acompanhada em silêncio por Benedito Martins, 79 anos. Ao lado dele, a imagem de Nossa Senhora, quase colada ao rosto - proteção de fé transformada também em proteção contra o sol. O maior desafio de Benedito Martins era chegar ao final da caminhada. Cansado, com a chinela de dedo fina, já quase não separando o calor do asfalto dos pés, Benedito orava para ter forças. “Acompanho o Círio desde os meus 20 anos. Não vai ser agora que a força há de me faltar”, dizia.

“Irmã Maria de Nazaré, irmã Maria de nossa fé, irmã do povo que caminha com Jesus”.

Carolyne Teixeira da Silva bem que tentou, mas a caminhada de fé terminou logo na feira do Ver-o-Peso. Vestida de anjo, com uma túnica arroxeada, Carolyne, sete anos, se rendeu à tosse, à gripe. “Não deu para andar mais. Esse ano não vou conseguir levar minha filha”, lamentava Milene Gomes Teixeira, mãe de Carolyne. As duas chegaram às 5h30 na Catedral, vindas do bairro do Guamá. A idéia é que mãe e filha fizessem todo o percurso andando. Milene pediu à padroeira paraense que curasse a asma da filha. “Tenho fé que ela vai me atender”, dizia. Ao lado, Carolyne punha as mãos em prece, fé em dose dupla.

“Erguei as mãos e dai glória a Deus...erguei as mãos e dai glória a Deus...”

E as mãos eram estendidas aos céus. Mar de mãos. Rosenildo de Jesus, 48 anos, não erguia as mãos. Erguia, sim, o homem pregado na cruz, cujo nome Rosenildo estampava no sobrenome, fado, destino, sina de promesseiro, destino de caminhante da fé. Rosenildo veio de Abaetetuba. Chegou na sexta-feira, acompanhou o que foi possível. No domingo, era mais um que transformava fé em milagre de passos iguais.

“Desde que eu era criancinha, minha mãe me trazia para acompanhar o Círio”, orgulha-se. Rosenildo trazia um pedido à Nossa Senhora. Que tudo desse certo na cirurgia que irá fazer em Belém para um problema na laringe. “Estou pedindo a ela que me traga saúde”.

“Maria de Nazaré, Maria me cativou. Fez mais forte a minha fé e por filho me adotou. Às vezes eu paro e fico a pensar e sem perceber me vejo a rezar e meu coração se põe a cantar pra Virgem de Nazaré”.

Há 14 anos Elenilda passou a ser chamada de irmã. Agora ela é Irmã Elenilda. Faz parte da congregação Irmãs do Preciosíssimo Sangue, cuja sede é no bairro de São Braz. Irmã Elenilda participou sozinha da procissão, sem as irmãs de congregação. “Para mim a procissão do Círio é um momento para rezar”, explica. Elenilda não estava sozinha. Ao lado dela, milhares de irmãos e irmãs também oravam. E cantavam. “Vós sois o lírio mimoso...”

“Maria imaculada, Maria de Deus, mãe dos aflitos que estão junto à cruz...”

Com dois anos, Mateus se tornou anjo no Círio pela primeira vez. Veio nos ombros do pai, Manoel. Veio de longe, de Santana do Amapá. Mateus e os pais, Manoel e Arlene, chegaram na sexta-feira. Manoel pedia proteção à família, ao mesmo tempo que agradecia a cura de uma alergia que incomodava o filho desde os primeiros meses de nascido. “Alcançamos essa graça”, testemunhava Manoel.

“Às vezes eu paro e fico a pensar e sem perceber me vejo a rezar e meu coração se põe a cantar pra Virgem de Nazaré. Menina que Deus amou e escolheu pra mãe de Jesus o Filho de Deus. Maria que o povo inteiro elegeu Senhora e Mãe do Céu...”

Foram 12 horas de uma viagem que lhe pareceu quase interminável, mas que Antonia Lopes Felix, 45 anos, achou que tinha de fazer. Antonia veio de Breves, no Marajó, para participar do seu terceiro Círio. Trazia os olhos tristes, mas esperançosos. “Minha família está em crise. Quero que Nossa Senhora olhe por nós”, disse.

Antonia carregava uma pequena imagem da Santa. De promessas e graças já havia se tornado íntima. “Eu já estive muito mal no leito de um hospital, com miomas. Passei por uma cirurgia fina, mas consegui superar aquele momento ruim com a ajuda de Nossa Senhora de Nazaré”, afirmou.

“Enquanto a corda avança e o corpo se cansa para a alma descansar, o povo de Belém se reúne nas ruas e vira mar por onde a Virgem Maria veleja em seu altar de flores. É por isso que, na alma de todo paraense, a vida é sempre outubro...”

A vida se tornou todos os dias e todos os meses novamente para José Armando Monteiro, 43 anos. Há mais de 25 anos ele acompanha a procissão. Mas lembra que em novembro do ano passado teve uma pneumonia tão avassaladora que lhe provocou um infarto. Foram 20 dias de agonia, nos quais a morte se fez presença viva. “Pedi muito a ela. Agarrei-me na minha fé. Fui salvo por ela”, diz Monteiro. Quase um ano depois, José Armando Monteiro atravessa a procissão com os pés descalços, uma túnica que lembra a usada nos hospitais. E reza, reza, reza.

“Cubra-me com seu manto de amor, guarda-me na paz desse olhar, cura-me as feridas e a dor, me faz suportar. Que as pedras do meu caminho, meus pés suportem pisar. Mesmo ferido de espinhos, me ajude a passar. Se ficaram mágoas em mim, mãe tira do meu coração...”

Benedito, Rosenildo, Elenilda, Antonia, José, Manoel...anônimos que conseguiram chegar ao final da procissão. Sem se conhecer se tornaram irmãos na fé em Maria.

Fonte: Diário do Parán

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