Eduardo Pedreschi
Bom dia, amigos leitores de Rio Claro!
Mesmo que ninguém admita pensar assim, o fato é que muitas pessoas têm preconceito com determinados gêneros literários.
Aceito que não se apreciem alguns, todavia, não sem experimentá-los!
Não se dispor a ler algo de boa qualidade, de autor reconhecido ou bem recomendado, só pelo gênero, não pode ser definido como nada além de puro preconceito.
Sem falar que o desconhecimento de determinados gêneros de escrita limita muito o leitor na sua procura por algo que condiga mais com seu estado de espírito ou até mesmo sua disponibilidade de tempo, naquele determinado momento de sua vida.
Mesmo considerando-a como a “pérola” da literatura, e, inclusive, tendo mediocremente me atrevido a exercitá-la durante algum tempo, a poesia é, no que se refere ao número de leitores e mesmo compradores, a “prima pobre” do mercado editorial.
Contudo, não vejo gênero melhor para explicar o que sentimos em nossos momentos de extrema paixão, dor, angústias e alegrias. O poema, quando bem escolhido e lido no curso da emoção extremada, tem a capacidade de falar por nós. Proporciona-nos uma sensação de liberdade e alívio, como se centenas de quilos nos fossem tirados dos ombros. Convido os leitores a experimentar.
Os contos e as crônicas, gêneros também preteridos pela grande maioria dos leitores, são excelentes de serem lidos. Sobretudo quando versam sobre humor, espiritualidade e situações do nosso cotidiano.
E por serem mais curtos, podendo sua leitura ser iniciada e finalizada num único momento de disponibilidade, tornam-se alternativas perfeitamente viáveis para os dias de hoje, em que o tempo nos é o bem mais escasso.
O livro que eu vou lhes indicar como leitura, nesta semana, é uma coletânea de contos de um dos autores brasileiros mais festejados nos últimos meses.
Trata-se de “Mulheres Cheias de Graça” (Edit. Ediouro – 199 pág. – R$ 32,90), do padre católico, cantor, compositor, professor universitário e apresentador de rádio e televisão, Fábio de Melo.
Esse é um livro sobre mulheres. Mulheres que amam, que amaram e que querem amar. Que projetam anseios, choram reminiscências e buscam a plenitude.
Mulheres prenhes de graça, reais, ainda que fictícias, concebidas pela escrita de um homem.
Essa seleção de contos representa um mergulho no oceano de inquietações e aspirações femininas, do qual o autor emerge, trazendo à tona personagens e narrativas que giram em torno da graça de ser mulher.
Uma ótima opção de presente.
Uma boa leitura e um excelente final de semana!
(O autor é proprietário da Livraria Eureka)
Fonte: Jornal Cidade
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